quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Em 21 de junho de 1872 José Antônio Pereira chegou e se alojou em terras férteis e completamente desabitadas da Serra de Maracaju, na confluência de dois córregos - mais tarde denominados Prosa e Segredo - e que hoje é o Horto Florestal. No dia 14 de agosto de 1875, José Antônio Pereira enfim retorna com sua família (esposa e oito filhos), escravos, além de outros (num total de 62 pessoas). No primeiro rancho, que houvera construído, encontra agora Manoel Vieira de Sousa (Manoel Olivério) e sua família, provenientes de Prata, que aqui haviam chegado atraídos pelas notícias dos campos de Vacaria, juntamente com seus irmãos Cândido Vieira de Souza e Joaquim Vieira de Souza, e alguns empregados, um dos quais Joaquim Dias Moreira (Joaquim Bagage). A região e a vila se desenvolviam em razão do clima e da privilegiada situação geográfica. Isso atraiu os habitantes de São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná e Nordeste, entre outros. Depois de cansativas e insistentes reivindicações (também devido a sua posição estratégica, e sendo passagem obrigatória em direção ao extremo sul do Estado, Camapuã ou ao Triângulo Mineiro), o governo estadual promulga a resolução de emancipação da vila e a eleva à condição de município, ao mesmo tempo mudando o seu nome para Campo Grande, em 26 de agosto de 1899.

Vista aérea de Campo Grande em 1937

A comarca é criada em 1910. Seu primeiro juiz de direito foi Arlindo de Andrade Gomes. Seu primeiro promotor público, Tobias de Santana. As idéias modernizadoras dos primeiros administradores influenciaram várias áreas, da pecuária ao urbanismo, e foi traçada a zona urbana com avenidas e ruas amplas e arborizadas. Outro fator de progresso para o município e para o estado de Mato Grosso foi a chegada da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, da RFFSA (atual Novoeste), em 1914, ligando as duas bacias fluviais: Paraná e Paraguai, aos países vizinhos: à Bolívia (em Corumbá) e ao Paraguai (em Ponta Porã). Finalmente foi concretizada em 11 de outubro de 1977, pela Lei Complementar nº 31, a criação de um novo estado (o Mato Grosso do Sul), cuja capital seria Campo Grande.

[editar] Geografia

Geograficamente, o município de Campo Grande se situa próximo da fronteira do Brasil com Paraguai e Bolívia, num território razoavelmente plano e fértil.

Vista da capital
Região central de Campo Grande.

[editar] Geografia física

  • Localização: o município de Campo Grande está localizado geograficamente na porção central de Mato Grosso do Sul, na Serra de Maracaju. Está eqüidistante dos extremos norte, sul, leste e oeste e se situa a 1.134 km de Brasília. Tem posição estratégica, sendo passagem obrigatória para o Paraguai, Bolívia e o turismo no Pantanal. Possui uma latitude 20º26'34" Sul e a uma longitude 54º38'47" Oeste.
  • Topografia: Campo Grande apresenta topografia plana e a formação Serra Geral é constituída pela seqüência de derrames basálticos. Estas rochas efusivas estão assentadas sobre arenitos eólicos da Formação Botucatu e capeadas pelos arenitos continentais, fluviais e lacustres. Sua menor altitude é 490 metros e a maior é de 698 metros, tendo altitude média de 592 metros.
  • Solo: os tipos de solos originais que constituem o município são:
    • Latossolo vermelho escuro: solos minerais profundos e bem drenados;
    • Latossolo roxo: solos profundos, bem drenados e com baixa suscetibilidade a erosão;
    • Areias quartzosas: solos minerais, não hidromórficos, textura arenosa, pouco desenvolvido e com baixa fertilidade natural;
    • Solos litóicos: solos rasos, muito pouco evoluídos, apresentam teores baixos de materiais primários de fácil decomposição.
  • Vegetação: Campo Grande possui um conjunto geográfico uniforme. Se localiza na zona neotropical e pertence aos domínios da região fitogeográfica da savana. Sua cobertura vegetal autóctone apresenta-se com as fisionomias de savana arbórea densa, savana arbórea aberta, savana parque e savana gramíneo lenhosa (campo limpo), além das áreas de tensão ecológica representadas pelo contato savana/floresta estacional e áreas das formações antrópicas. Os tipos de vegetação originais do município são:
    • Cerrado: caracteriza-se por árvores baixas, de troncos retorcidos e cascas grossas, espalhada pelo terreno.
    • Florestas ou matas: caracteriza-se pelo predominio de árvores altas que crescem bem próximas umas das outras.
    • Campos: caracteriza-se pela formação de plantas rasteiras, predominando o capim e a grama.
  • Hidrografia: Campo Grande localiza-se sobre o divisor de águas das bacias dos rios Paraná e Paraguai. O Aqüífero Guarani passa por baixo da cidade[12], sendo capital do estado detentor da maior porcentagem do Aqüífero dentro do território brasileiro. O município não tem grandes rios, sendo cortado apenas por córregos, ribeirões e rios de pequeno porte. Hidrograficamente segue as seguintes informações:
    • Bacia: Rio Paraná
    • Sub-bacia: Rio Pardo.
    • Rios: Anhanduí e Anhanduizinho
    • Córregos: Prosa, Segredo, Sóter, Pindaré, Vendas, Botas, Buriti, Lagoa, Imbirussu, Ceroula, Serradinho, Cabaça, Cascudo, Bandeira, Bálsamo, Brejinho, Poção, Formiga, Desbarrancado, Olho D'água, Cabeceira, Pedregulho, Nascente, Lageado e Guariroba.
  • Clima: em Campo Grande, as temperaturas são bastantes variáveis durante o ano. Predomina o clima tropical de altitude, com duas estações muito bem definidas: quente e úmida no verão e fria e seca no inverno. Nos meses de inverno a temperatura pode cair drasticamente. Precipitação média de 1.500 mm ao ano, com variações durante certos anos (para mais ou para menos). A amplitude térmica é muito grande devido a influência quase nula da maritimidade (a cidade está muito distante do oceano). Segue informações abaixo:
Mês Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

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